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Você já pensou na possibilidade de seu filho viver até 100 anos? As chances são grandes! Além de sorte e genética, você pode, desde a gestação, cuidar de vários “detalhes” para que esta longevidade aconteça.
Como não é possível falar tudo em poucas linhas, abordarei alguns pontos relacionados à saúde bucal. Para se ter ideia, em uma lista do Health.com há a orientação para usar o fio dental, tudo porque ao remover as bactérias nocivas presentes no sulco gengival – causadoras de inflamações – diminui-se o risco de doenças cardíacas e se pode ganhar em médica 6 anos a mais de vida, segundo eles.
Incrível, não? Então vamos a alguns aos “detalhes”.
Embora poucas gestantes saibam, elas podem e devem ir ao dentista desde o início da gravidez, pois os hormônios presentes nesta fase são responsáveis pelo aumento da resposta inflamatória (gengivas mais sensíveis e inchadas pelo aumento da vascularização) e podem agravar quadros de doença periodontal (inflamação nas gengivas com perda óssea). Estes estímulos inflamatórios podem gerar uma maior atividade da musculatura do útero, provocando sua contração e dilatação do colo, e assim, se relacionarem à possibilidade de se ter um parto prematuro.
A literatura acadêmica cita também uma possível relação com pré-eclâmpsia e nascido de baixo peso. Embora sejam necessários mais estudos na área para se determinar os mecanismos exatos que atuam nestas relações, não há porque arriscar a saúde de mãe e filho.
O período mais confortável para as consultas é no início do segundo trimestre de gestação, e se você tem dúvidas quanto a não poder tirar radiografias e nem tomar anestesias, esses mitos qualquer dentista bem informado pode esclarecer – assim como o mito de que durante a gravidez os dentes ficam fracos. Quanto a isso, trata-se puramente de uma questão relacionada à mudança dos hábitos alimentares. Se essa mudança acontece na presença de ânsia e enjoo, a higienização pode acabar sendo negligenciada e levar a problemas como cáries, queda de restaurações, fraturas dentais ou agravamento de doenças periodontais, que acabam sendo creditadas à gestação, mas que na verdade são decorrentes da alteração do hábito de higiene e da alimentação, que muitas vezes vêm com o aumento do consumo de doces e açúcares de modo geral.
Um ponto a ter atenção é à sensação de boca seca. A diminuição da saliva pode aumentar a desmineralização do esmalte, processo que acontece o tempo todo em nosso organismo, e esse desequilíbrio químico pode sim enfraquecer os dentes da gestante – o que desmistifica o fato de o cálcio da mãe ser perdido para o bebê. Porém, mantendo a higiene correta (matinal, após o almoço e, principalmente, antes de dormir) e consumindo doces com moderação, é possível preservar a saúde dental e colaborar com a formação dos dentes do bebê.
Os dentes decíduos (de leite) e alguns permanentes começam a se formar na vida intrauterina. Em geral, eles estão bem protegidos, mas problemas sistêmicos com a saúde da mãe, como febres altas e prolongadas, uso de determinados tipos de medicamentos, entre outros, podem deixar marcas neles.
E não é só isso, a alimentação da mãe também pode interferir no paladar da criança, deixando-a acostumada com o sabor adocicado, quando há alto consumo de açúcar, por exemplo. É importante lembrar que o hábito alimentar do filho, em geral, segue o da família e principalmente o da mãe.
Fonte: Dra. Mariangela Schalka – CRO-SP: 49.088
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