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Crianças e COVID-19: O que se sabe após um ano de pandemia

Em 26 de fevereiro de 2020 aconteceu a primeira notificação de paciente contaminado pelo vírus Covid-19 no Brasil. A partir dali, a doença que, até então, parecia não fazer parte da realidade brasileira, começou a ganhar notoriedade em todo o país.

A princípio, os órgãos públicos tentavam tranquilizar a população, focando apenas nos cuidados com a higiene já que, naquele momento, a transmissão estava controlada. Infelizmente, a contaminação tomou proporções que não eram esperadas, e os pais começaram a se preocupar com a saúde de seus filhos pequenos.

As crianças continuam sendo menos suscetíveis ao Covid-19?

Órgãos governamentais e a comunidade médica começaram a analisar os primeiros casos infantis de outros países e a conclusão era positiva, para alívio dos pais. Percebeu-se que as crianças eram menos suscetíveis ao vírus e, quando contaminadas, apresentavam quadros mais leves.

Mesmo após um ano de pandemia, o posicionamento da comunidade médica em relação ao coronavírus nas crianças permanece o mesmo. Flávia Oliveira, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), afirma que “No Brasil, as crianças não passam nem de 2% do total de internações e a taxa de mortalidade varia de 0-2% até 0-4% dos casos ao redor do mundo, o que é bem baixo”.

Ainda há outros dados importantes, como estudos que apontam a possibilidade de até 50% dos pequenos serem assintomáticos e, quando apresentam sintomas da doença, a tendência é que 90% tenham quadros leves. Os outros 10% que são atingidos de forma mais grave e precisam de internação, Flávia explica que os médicos têm notado um padrão: bebês menores de um ano, devido à fragilidade imunológica, e os que apresentam algum tipo de comorbidade. A pediatra ainda afirma que “Mesmo entre as crianças, dois fatores de risco importantes são a diabetes e a obesidade, como nos adultos”.

Os cuidados necessários

Um dos desafios enfrentados pelos pais durante a pandemia foi ensinar as crianças a lavarem as mãos corretamente e usar máscara facial sempre, assim como os adultos. Há uma divergência entre as instituições de saúde quanto ao uso das máscaras, mas o pediatra Paulo Telles pontuou a orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): crianças menores de dois anos não devem usar máscaras, pois “Nesta fase, elas apresentam salivação intensa, as vias aéreas têm pequeno calibre e, por sua imaturidade motora, têm maior risco de sufocamento”, esclarece o especialista.
As recomendações são que crianças a partir dos dois aos cinco anos de idade usem máscara, sempre com a supervisão de um adulto, que será responsável pelos ajustes necessários no item e por verificar se a criança não está com dificuldade para respirar.

A pediatra Gabriela Ochoa, pós-graduada em emergências pediátricas pelo Hospital Albert Einstein, lembra que a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a UNICEF enfatizam que o uso obrigatório do dispositivo de proteção deve acontecer somente a partir dos 12 anos de idade. Para as que têm entre 6 e 11 anos, a instrução é que a máscara pode ser usada, mas que é preciso levar em consideração o nível de risco de contaminação a que a criança está exposta.

E a vacina?

Como há conclusões de que as crianças correm menos risco de serem infectadas e que, quando são, apresentam um quadro mais leve, a vacinação infantil não deve acontecer por agora. Além disso, é muito provável que, quando falarmos sobre a vacina para crianças novamente, estejamos em um outro contexto pandêmico.

Por fim, é importante ressaltar que, assim como os adultos, as crianças também devem seguir todos os padrões de segurança, para se manterem saudáveis e contribuir com as medidas adotadas para conter a disseminação do vírus Covid-19.

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